Eike Batista
O empresário estampou a capa da revistaBusiness Week em outubro sob o título "Como perder uma fortuna de US$ 34,5 bilhões em um ano" – detalhando a derrocada do império X, que culminou com o pedido de recuperação judicial da petroleira OGX e da empresa de construção naval OSX.
"A dramática queda do brasileiro Eike Batista" foi o título, em outubro, da revista Forbes – a mesma que, não muito tempo atrás, trazia o empresário como o 7º mais rico do mundo. O rápido processo de decadência do brasileiro foi seguido pela imprensa internacional como uma novela em que o personagem principal era o homem que, "com implantes de cabelo, carisma e gravatas cor-de-rosa, era a cara do boom brasileiro", segundo o Wall Street Journal.
E, ainda que as perdas de Eike Batista, não tenham contaminado a economia brasileira, os pedidos de recuperação judicial levaram jornais como o Financial Times a perguntarem: "será que o naufrágio do império X arrastará outros títulos da região?"
David Miranda
Após revelar os documentos de espionagem vazados pelo ex-funcionário da CIA Edward Snowden, o jornal britânico The Guardiannoticiou, em agosto, a detenção do brasileiro David Miranda no aeroporto de Heathrow.
Miranda é companheiro do autor das reportagens, Glenn Greenwald. Por isso, a detenção de Miranda – que teve seus equipamentos eletrônicos apreendidos e foi mantido incomunicável por 9 horas – ganhou repercussão internacional. No mesmo dia, o Itamaraty manifestou "grave preocupação" com o incidente. Em entrevista à rede americana CNN, Miranda disse que foi interrogado sobre sua relação com Greenwald, "mas não me perguntaram nada sobre terrorismo".
O Guardian, em seguida, publicou editorial criticando o abuso de poder resultante das leis antiterror. "O caso Miranda", diz o jornal, "não envolve terrorismo em nenhuma instância e sugere que o Estado nos toma por idiotas". A legalidade da detenção está sendo questionada em uma ação na Justiça britânica.
Joaquim Barbosa
O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) foi incluído entre as 100 pessoas mais influentes do mundo em 2013 pela revista americana Time (lista que também incluiu o chef Alex Atala). A justificativa foi de que, ao ser o primeiro presidente negro do STF e em meio ao julgamento do mensalão, "em um país que importou mais escravos que qualquer outro das Américas e onde quase metade da população se identifica como negra ou mestiça, ele simboliza a promessa de um novo Brasil, comprometido com o multiculturalismo e a igualdade".
Barbosa também foi tema de um perfil no New York Times, que cita algumas das frases fortes do ministro – em uma delas, ele diz que a "mentalidade dos juízes brasileiros é mais conservadora, pró-status quo, pró-impunidade". "A trajetória de Barbosa e seus modos abruptos despertam tanto ampla admiração quanto uma considerável resistência", diz o NYT.
Roberto Azevêdo
O diplomata Roberto Azevêdo virou notícia no mundo inteiro ao se tornar, em maio, o diretor da Organização Mundial do Comércio (OMC). No início deste mês, voltou a ganhar as manchetes quando a organização concluiu, em Bali, seu primeiro acordo global. Apesar de seus efeitos limitados, o acordo histórico deu novo fôlego à OMC que, nas palavras doEconomic Times, da Índia, "lutava para sobreviver".
Azevêdo foi descrito pela agência chinesa Xinhua como alguém que "conquistou a reputação de sempre buscar o consenso, uma habilidade necessária na OMC, onde a opinião dos 159 membros tem de ser levada em consideração". A agência listou o acordo de Bali como um dos principais acontecimentos internacionais de 2013.
Amarildo
Os protestos no Brasil em 2013 inseriram o País na cobertura da mídia internacional sob uma nova ótica. Diversos personagens foram retratados nos mais diferentes meios de comunicação ávidos por entender as razões do descontentamento em um país onde, por um olhar distante, só havia motivo para se comemorar. O desaparecimento de Amarildo e os desdobramentos do caso ganharam destaque na BBC, no New York Times, na CNN, entre outros veículos internacionais.
Para o Le Monde, o caso chamou atenção para a "violência sofrida pelos moradores de bairros pobres". Já a influente revista alemã Der Spiegelresumiu o caso em um título: "Quando a polícia é pior do que os bandidos".
Fernanda Lima
A escolha de Fernanda Lima e seu marido Rodrigo Hilbert para apresentar o sorteio da Fifa acabou levando para manchetes em várias partes do mundo a polêmica sobre o suposto racismo da escolha de um casal de pele clara em um país em que brancos são minoria. O furor no Twitter gerado pelo caso foi retratado pela BBC. A polêmica, no entanto, não parou por aí. A escolha pela Fifa de uma modelo sem histórico no esporte para apresentar o sorteio foi classificada de "machismo" em reportagem do britânico Telegraph.
Uma apresentadora da BBC defendeu que a jogadora de futebol Marta, "possivelmente a melhor do mundo", estivesse no lugar de Fernanda. Os trajes da modelo também não agradaram a TV estatal iraniana, que pixelava a tela toda vez que a jovem e seu decote apareciam no ar. A "censura" gerou nova onda de discussões nas mídias sociais. Já o argentino Clarín não seguiu o tom crítico e chamou Fernanda de "deusa".
Marina Silva
Marina Silva já era conhecida pela mídia estrangeira, mas sua tentativa frustrada de lançar um partido e sua posterior aliança com o PSB de Eduardo Campos criaram um fato novo na política brasileira que não passou despercebido entre algumas das publicações mais influentes do mundo.
Ainda em abril, quando buscava assinaturas para lançar a Rede Sustentabilidade, a Forbesquestionava se a ex-ministra do Meio Ambiente conseguiria renovar a política brasileira, mencionando que ela tem a seu favor a percepção de que é desconectada dos tradicionais donos do poder no país.
Em outubro, a revista britânica Economist publicou reportagem dizendo que a aliança de Marina Silva ao PSB "transformou a corrida presidencial" e, em novembro, o Financial Times destacou que a aliança dos dois ameaça a hegemonia da presidente Dilma Rousseff em 2014 e traz a vantagem de os candidatos "serem novos sem serem muito novos".
General Carlos Alberto dos Santos Cruz
Após liderar as tropas da ONU no Haiti, o general brasileiro começou a comandar em junho os capacetes azuis na República Democrática do Congo, país altamente instável mesmo após um acordo de paz em 2013.
Cruz é o chefe de uma força de quase 20 mil soldados, cuja missão é conter grupos rebeldes que se estabeleceram no leste do Congo – entre eles o LRA (sigla em inglês do Exército de Resistência do Senhor) comandado por Joseph Kony.
A chegada de Cruz foi descrita pela revista The Africa Report como um "ingrediente-chave" na tentativa de pacificação ou como um "passo agressivo" após anos de inércia e falta de proteção a civis, segundo o sul-africano The Sunday Independent. Mas os desafios de Cruz são imensos. No último dia 18, redes como a Al-Jazeera noticiaram o massacre de 21 pessoas em uma área remota do país. À BBC, Santos Cruz disse que a solução para o conflito não pode ser apenas militar.
Marco Feliciano
A eleição do pastor Marco Feliciano (PSC-SP) à Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados não despertou polêmica só no Brasil.
O site americano Huffington Post publicou texto citando "pérolas de sabedoria" de Feliciano – autor de declarações de conteúdo considerado racista e homofóbico – e criticando seu papel na comissão.
"O comportamento de Feliciano é o exemplo perfeito das dificuldades e perigos que surgem quando o zelo religioso não é tratado de maneira apropriada no governo", diz o site.
O jornal britânico Financial Times usou a eleição de Feliciano para ilustrar as dificuldades da presidente Dilma Rousseff "em lidar com um Congresso que é refem de diversos grupos de interesse que podem mudar de alianças a qualquer momento".
E o blog gay Towleroad noticiou quando o pastor pediu a prisão, em setembro, de duas garotas que se beijaram durante um evento evangélico em São Sebastião (SP).
Dom Odilo Scherer
Após a renúncia de Bento 16, no período de Carnaval, começaram as especulações sobre quem seria o novo papa – e o nome do arcebispo de São Paulo Odilo Scherer foi um dos mais cotados. "Odilo Scherer é o favorito", noticiou a americana Fox News. A imprensa internacional veiculou diversas análises sobre como seria seu papado, sobre seu uso constante do Twitter e sobre o que representaria para a Igreja escolher um papa da América Latina.
O espanhol El País o descreveu como "conservador de modos suaves" e o italiano Corriere Della Sera disse que o brasileiro é "atento aos pobres, mas crítico à teologia da libertação na política". Confirmando a má fama de previsões do tipo, Jorge Bergoglio, que nem sequer aparecia em muitas das listas com favoritos, foi escolhido e Scherer perdeu espaço nas manchetes.
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