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quarta-feira, 24 de setembro de 2014

Na ONU, Dilma critica intervenção militar para solucionar conflitos


Primeira chefe de Estado a discursar na abertura da 69ª Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), em Nova York (EUA), a presidente Dilma Rousseff condenou nesta quarta-feira (24) o uso de intervenções militares para tentar solucionar conflitos bélicos, como os que ocorrem atualmente na Síria, no Iraque e na Ucrânia. Segundo ela, o uso da força, em vez da diplomacia, gera o acirramento dos conflitos e a multiplicação de vítimas civis. Em tom duro, Dilma enfatizou que a comunidade internacional não pode aceitar "manifestações de bárbarie".
"O uso da força é incapaz de eliminar as causas profundas dos conflitos. Isso está claro na persistência da questão palestina, no massacre sistemático do povo sírio, na prática de desestruturação nacional do Iraque, na grave insegurança na Líbia, nos conflitos de Israel e nos embates na Ucrânia", declarou a presidente brasileira na tribuna da ONU.
"A cada intervenção militar, não caminhamos para a paz, mas sim assistimos ao acirramento desses conflitos. Verifica-se uma trágica multiplicação do número de vítimas civis e de dramas humanitários. Não podemos aceitar que essas manifestações de barbárie permaneçam ferindo nossos valores éticos, morais e civilizatórios", complementou Dilma, sem se referir especificamente a nenhuma intervenção militar.
Na véspera, no entanto, a chefe do Executivo criticou, ao ser indagada por jornalistas, a operação feita nesta terça pelos Estados Unidos contra o grupo Estado Islâmico na Síria. A intervenção bélica liderada por Washington resultou na morte de 70 pessoas.  Dilma disse lamentar “enormemente” o fato e afirmou que iria deixar muito clara a posição do Brasil sobre o assunto em seu discurso na Assembleia Geral.
O encontro anual dos 193 países que integram a organização internacional foi aberto na manhã desta quarta com um pronunciamento do secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon. No discurso, o dirigentedenunciou os ataques contra os direitos humanos ao redor do mundo, enumerando os diversos conflitos e crises na Síria, Iraque, Gaza, Ucrânia, Sudão do Sul e República Centro-Africana, entre outros.
Em seguida, o chanceler de Uganda, Sam Kuteza, que está presidindo a 69ª Assembleia Geral das Nações Unidas, também fez uma breve manifestação. Entre outros assuntos, o diplomata chamou a atenção dos governantes mundiais para o crescimento de casos de Aids no mundo, para a epidemia de Ebola na África continente africano e, por fim, reivindicou a reforma do Conselho de Segurança da ONU.

Desde 1947, o Brasil é o primeiro país a discursar na abertura do encontro anual da ONU. A tradição teve início com o ex-chanceler brasileiro Oswaldo Aranha, um dos articuladores, ao final da 2ª Guerra Mundial, da criação da entidade internacional. Naquele ano, o político gaúcho foi incumbido de fazer o discurso de abertura da primeira Assembleia Geral.
Primeira mulher a ocupar a Presidência da República, Dilma estreou na tribuna da ONU, em 2011. Esta foi a quarta vez que a chefe do Executivo discursou na assembleia.

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