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quarta-feira, 26 de março de 2014

Copa do Mudo no Catar ainda pior do que no Brasil


Você já deve estar cansado de ouvir todo mundo reclamando sobre os atrasos, desorganização, superfaturamento etc. relacionados com os estádios da copa. Pois não pense que é só por aqui que os problemas acontecem não. Como você sabe, depois do Brasil, vai ser a vez da Rússia sediar os jogos e, depois dela, em 2022, será a vez do Qatar que, por sinal, já está adiantando a construção da infraestrutura necessária para receber o evento.
Mas, além da polêmica sobre o estádio que lembra uma parte da anatomia feminina, segundo o Smithsonian.com, outro aspecto relacionado com as obras no Qatar também está dando o que falar. Estimativas apontaram mais de 900 trabalhadores já perderam as vidas nas construções, e, se as mortes continuarem nesse ritmo, até a conclusão dos trabalhos, um número equivalente ao das vítimas do atentado ao World Trade Center terá perecido nas edificações.

Mão-de-obra escrava

Fonte da imagem: Reprodução/The Guardian
De acordo com a matéria, atualmente existe 1,2 milhão de imigrantes no Qatar trabalhando na área da construção civil, e é esperado que nos próximos anos outro milhão se una a esse contingente. A maioria é composta por nepaleses, indianos, paquistaneses, bengalis e cingaleses e, de acordo com a ITUC — Confederação Sindical Internacional —, esses operários são basicamente tratados como escravos.
Muitos revelaram que são obrigados a trabalhar expostos a temperaturas superiores aos 50 °C e que não é raro que empregadores retenham seus salários durante vários meses. Isso sem falar dos que têm os passaportes confiscados e, portanto, não podem deixar o emirado. Os trabalhadores também reclamaram de não ter acesso à água potável gratuita, e a fome apareceu como mais um fator preocupante.

Milhares de vidas

Fonte da imagem: Reprodução/Smithsonian.com
Investigações apontaram que muitos dos alojamentos, além de estarem superlotados, não oferecem as mínimas condições de moradia. Aliás, a coisa anda tão crítica que 30 trabalhadores nepaleses se refugiaram na embaixada de seu país e deixaram o Qatar acusando seus empregadores de não terem feito o repasse de seus salários. E nós reclamando das condições aqui no Brasil...
Só para que você tenha uma ideia, durante a preparação dos Jogos Olímpicos de Inverno em Sochi, na Rússia, um total de 25 mortes foi registrado em acidentes de trabalho. Aqui no Brasil, apesar da avalanche de críticas e protestos, o número oficial de fatalidades é de apenas 6. No Qatar, por outro lado, se as condições não melhorarem, pelo menos 4 mil trabalhadores terão perdido suas vidas nas obras até 2022. Viu só? As coisas não estão complicadas só por aqui não!
 Fonte:MegaCurioso

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