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domingo, 17 de agosto de 2014

Arthur Avila: O homem do ano 2014

Poucos dias atrás Arthur Avila era um nome desconhecido do brasileiros,porém tudo mudou semana passada quando ele conquistou a medalha Fields, o "Nobel" da matemática;
O Maior orgulho brasileiro do ano.
O carioca Artur Avila, de 35 anos, conquistou na terça-feira (12) o maior prêmio da história da ciência brasileira: a medalha Fields, considerada uma espécie de Nobel da matemática. Ele falou a ÉPOCA nesta sexta-feira, pouco depois de fazer uma apresentação ao público do Congresso Internacional de Matemática (ICM), reunido em Seul. A seguir, os principais trechos da entrevista.
Qual pode ser o impacto da sua conquista no nosso país?
Artur Avila – 
Isso acontece num momento muito fortuito, já que daqui a quatro anos se realizará o Congresso Internacional de Matemática do Rio de Janeiro (ICM). O ICM é um grande evento, que aqui na Coreia tem um impacto muito grande nos jovens. Tenho visto interessados nesse evento, e acredito que a mesma coisa possa ser feita no Brasil. Esse processo, de preparação até o próximo ICM, colocará a matemática um pouco nos holofotes por todo esse período. Isso levará o público jovem talvez a despertar um pouco mais de interesse pela matemática e ter uma apreciação maior. O jovem poderá ver que é uma carreira interessante e saber mais ou menos como funciona. Essa combinação de eventos pode ser muito positiva para o desenvolvimento nacional da matemática em vários níveis.

 O que deveria melhorar no ensino da matemática brasileira?
Avila – 
Não sou muito conectado ao ensino da matemática no Brasil, porque não dou aula em nível elementar. Estou meio afastado. Creio que tem muita gente pensando em como melhorar o ensino, mas eu mesmo não fiz uma reflexão tão grande. Posso dizer coisas mais gerais, sobre as práticas em qualquer lugar, e adaptá-las ao que está acontecendo no Brasil. Há coisas naturais. O programa de Olimpíadas já exerce um papel importante para a parte criativa da matemática. Geralmente, um problema é os estudantes terem a impressão de que matemática é algo muito chato, óbvio, só aplicação de fórmula. É importante expor toda essa criatividade, característica de toda pesquisa em matemática, com que você já tem contato fazendo as Olimpíadas de Matemática.
O senhor já declarou que foi melhor ter estudado no Impa do que numa universidade estrangeira. Hoje, pesquisa no Brasil e na França. Como compara nossa estrutura à francesa?
Avila – 
Estudei no Impa, uma instituição muito particular, que me deu a melhor acolhida possível do ponto de vista do cuidado para que fosse bem direcionado, na medida certa. Me estimulou, sem criar um ambiente de pressão. Características que são da qualidade humana dos pesquisadores do Impa, que têm muita qualidade como matemáticos também. Uma diferença em Paris é que há uma concentração muito maior de matemática. Você é exposto a muitas coisas que você não veria naturalmente se estivesse somente num lugar. O Impa trabalha num nível elevado em várias direções, mas não esgota todas as áreas dos sistemas dinâmicos da matemática. Não foi um problema para meu doutorado, porque ele está focado numa direção. Mas é um fato desejável que, em certo momento, exista uma expansão um pouco maior das direções em que são realizadas as pesquisas de alto nível, e também das instituições. Dito isso, é uma comparação um pouco dura. Em Paris, há a maior concentração de matemáticos do mundo. Difícil comparar diretamente. Mesmo assim, ainda há coisas a fazer. Evidentemente, nnos campos onde se foca, a qualidade da matemática brasileira, como você vê aqui no Congresso, está acima, num nível o mais alto possível.


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