sábado, 1 de agosto de 2015
Depois de matar um famoso leão, caçador é obrigado a fechar sua clínica dental pelo ódio suscitado na internet
O leão Cecil era uma das atrações mais populares do Parque Nacional Hwange, no Zimbábue, até que foi assassinado por Walter Jones Palmer, um dentista americano de Minesota, que pagou 55.000 dólares pelo "prazer" de caçar este leão de 13 anos, uma autêntica celebridade do mundo selvagem e objeto de um estudo da Universidade de Oxford. A reação negativa dos amantes dos animais de todo mundo foram tão potentes que o site do dentista e seu escritório tiveram que ser ambos fechados.
Walter, um arqueiro premiado, pagou a um guia para que atraísse Cecil a território fora do parque pela noite, para que pudesse ser caçado. Disparou e feriu Cecil com flechas, mas só conseguiu matar o gato gigante 40 horas depois. Cecil, que usava um colar GPS que registrava todos seus movimentos, foi decapitado e esfolado, seu cadáver ficou ali sem uso algum.
Esta caçada não só custou a vida de uma celebridade do parque, senão que, segundo as autoridades do Zimbábue, foi um ato de caça ilegal, e uma investigação policial está sendo realizada. A morte de Cecil pode ainda ter desdobramentos terríveis: agora que o macho alfa já não está ali, outros machos provavelmente disputarão o território matando os 24 filhotes da alcatéia para se assegurarem de que sua estirpe sobreviva e não a de Cecil.
Dias após se ver envolvido na polêmica que mobilizou organizações de todo mundo, Walter alegou que não sabia que tinha incorrido em ilegalidade e disse que confiava nos guias locais.
- "Até onde eu sabia, toda a viagem foi legal e esteve gerenciada de forma adequada", assegurou em nota publicada pela CNN.
- "Eu não tinha a mínima ideia de que o leão era conhecido, era vigiado e fazia parte de um estudo até que finalizamos a caçada. Confiei na experiência dos guias locais para garantir-me uma caça legal", acrescentou.
A Polícia do país africano já deteve dois zimbabuenses -Honest Trymore Ndlovu e Theo Bronchorst-, que deverão comparecer ante o juiz na quarta-feira, segundo os responsáveis pelo serviço de parques e safáris. Agora, o Zimbábue também busca Walter para que renda contas pela caçada.
Parece que o dentista pagou 50.000 dólares pela morte a Bronchorst. O americano, no entanto, disse que até o momento nem as autoridades zimbabuenses nem as norte-americanas entraram em contato com ele, mas se ofereceu a ajudar nas investigações.
- "Lamento profundamente que a prática de uma atividade que amo e pratico de forma responsável e legal tenha resultado na morte deste leão", insistiu.
Ainda que o dinheiro arrecadado com a caça dita legal sirva para financiar os parques de preservação, não deixa de ser vomitável e repulsivo que um pau-no-cu mate um animal majestoso só para exibir a cabeça como um troféu em cima de sua lareira, enquanto ostenta, tomando uísque ao lado de seus amigos igualmente babacas, como ele é fódão com um arco na mão.
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