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quarta-feira, 18 de maio de 2016

Cannes:Aquarius é elogiadissimo pela critica internacional


Representante brasileiro no Festival de Cannes, "Aquarius", do diretor Kleber Mendonça Filho (de "O Som ao Redor"), vem ganhando inúmeros elogios da crítica internacional. O filme, que ainda não tem previsão de estreia no país, é descrito nos principais veículos que cobrem cinema como rico e instigante, com destaque para seu complexo "estudo de personagens" e, principalmente, para a atuação da atriz Sonia Braga, protagonista da trama.
Na história, ela interpreta Clara, uma jornalista e crítica de música aposentada que vive sozinha em um edifício antigo de frente para a praia de Boa Viagem, no Recife. Alvo constante da especulação imobiliária, ela se recusa a vender seu apartamento, sofrendo pressões da construtora e dos próprios vizinhos.
"'Aquarius' é uma meditação perspicaz sobre a transitoriedade desnecessária de um local e como o espaço físico suprime nossa identidade. Festivais aclamarão, embora distribuidores, infelizmente, possam se sentir cautelosos sobre o tempo de execução do longa [tem duas horas e 25 minutos]", escreve Jay Weissberg, da revista "Variety".
O jornalista afirma ainda que Sonia Braga é "incomparável" e que o Mendonça Filho é uma "nova e importante" voz do cinema brasileiro, um "mestre" no domínio dos sons. "A câmera dificilmente sai dela, e nós, como público, valorizamos cada momento de sua presença."
O jornal inglês "The Guardian" ressalta que, de certa forma, o filme pode ser visto como uma metáfora do Brasil, "com nepotismo, corrupção e cinismo em seus mais altos escalões". "O filme não termina da maneira esperada e talvez nem termine de fato", escreveu o crítico Peter Bradshaw. "É um retrato de densa observação e o retrato soberbamente interpretado de uma mulher de uma certa idade."
A crítica do site da revista "The Hollywood Reporter" frisa que o diretor já havia estreado de forma memorável e ambiciosa com "O Som ao Redor" (2012) e que agora ele vai além, em muito pelo brilho da estrela Sonia Braga.
"Braga foi uma escolha perfeita para interpretar alguém presa ao passado (especialmente a uma coleção de LP de hits da músicas brasileiras e internacionais) e a um desejo de se manter corporalmente ativa", afirma o crítico Jordan Mintzer, do "THR".

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Ainda segundo o "Hollywood Reporter", o longa pode decepcionar quem espera por uma estética experimental, talvez mais próxima da de "O Som ao Redor", mas a estratégia "cativa" e "funciona melhor" na composição da personagem.
Na opinião de Geoff Andrew, da revista inglesa "Time Out", o filme prima pelo equilíbrio. "A virtude de 'Aquarius' é que ele nunca sente a necessidade fazer sermões: suas ideias éticas, políticas e psicológicas são cuidadosamente contidas dentro de uma narrativa consistente e convincente que é fluida, relevante e verdadeira", escreve.
Já o americano "The Wrap", que descreve o filme como revigorante, faz sua aposta para o prêmio de melhor atriz do festival. "Uma estrela que parece pronta para o prêmio de Cannes".
O crítico Philippe Rouyer vai na mesma linha. "Magnífica a interpretação de Sonia Braga no brasileiro 'Aquarius'. Prêmio de melhor atriz à vista?", escreve em sua conta no Twitter.

.Aplausos e prostesto
"Aquarius" teve sua primeira exibição no Festival de Cannes na manhã desta terça (17), na sala Bazin, sendo bastante aplaudido por jornalistas que lotaram o local.
À tarde, o filme foi exibido em sua sessão de gala, com a presença do elenco e do diretor Kleber Mendonça Filho. A première foi marcada pelo protesto da equipe do filme contra o impeachment da agora presidente afastada Dilma Rousseff.
O longa compete com outros 20 filmes pela Palma de Ouro, prêmio máximo do Festival de Cannes, na França. Entre os favoritos estão "Paterson", do diretor americano Jim Jarmusch, e a comédia "Toni Erdmann", da alemã Maren Ade.


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