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“Sinto que nos Estados Unidos existem diferentes tipos de pessoa, mas elas ficam separadas de alguma forma. Aqui no Brasil existe uma mistura em todos os lugares”, afirma Kacy Johnson, de 32 anos, fotógrafa nova-iorquina que escolheu a cidade de São Paulo como cenário para seu novo projeto. Não a cidade em si, com prédios, graffitis e exposições. A paisagem escolhida são as costas de dezenas de mulheres brasileiras.
A série fotográfica Corium (‘Derme’ em latim) nasceu há seis meses e já tem cem personagens – a meta da fotógrafa, diga-se de passagem. Kacy queria mostrar a diversidade na pele, mas não conseguia descobrir uma maneira. Após vários testes, – movimento do corpo, ângulos, formas e fotos bem perto da pele — escolheu fotografá-las de costas para a câmera. “Quando você fotografa a pessoa de frente, a primeira reação é olhar para o rosto”, disse a fotógrafa. Nenhuma das fotos é retocada no Photoshop.
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Kacy Johnson conheceu o Brasil em 2012, quando veio a passeio, e sentiu que precisava voltar algum dia. Sem perder tempo, logo que retornou aos Estados Unidos, entrou em contato com o fotógrafo Julio Bittencourt, a quem sempre admirou, e pediu uma vaga de estágio. Ele disse ‘sim’. A experiência, que era para ser de seis meses, já dura um ano. E por que São Paulo foi a escolhida? “No começo eu até pensei em viajar para fotografar essa série, mas eu moro em São Paulo, e isso facilita. Também gosto da história da cidade, é o tipo de lugar que pessoas de todo o mundo estão reunidas”, disse em entrevista ao site da VIP.
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Mesmo não sendo fluente na língua, Kacy arrisca um pouco e escreve em português tudo o que aparece na página do Facebook dedicada à série Corium. “Eu criei a página com a intenção de que pessoas vissem o projeto e mulheres começassem a me procurar para participar. Eu gravo a conversa que tenho com elas durante a sessão, e coloco o que elas falaram junto com a foto no Facebook”, explica, enquanto arrisca algumas palavras em português. O próximo passo é expor as fotografias junto dos áudios das conversas. Ou seja, enquanto a pessoa analisa a foto, também escuta a voz da pessoa.