O Brasil ocupa a incômoda 5º posição em um ranking global de assassinatos de mulheres. Essa taxa só é maior em El Salvador, na Colômbia, na Guatemala e na Rússia e o detalhe assustador é que a maioria desses crimes foi cometida por alguém da própria família.
Treze mulheres são assassinadas por dia. Em todo o ano de 2013 foram mais de 4,7 mil mortes, a maioria das vítimas tinha entre 18 e 30 anos e mais de seis em cada 10 mulheres eram negras.
Entre 2003 e 2013, o número de assassinatos de mulheres negras aumentou 54% enquanto o mesmo crime contra mulheres brancas caiu quase 10%. O pesquisador Júlio Jacobo diz que há uma combinação de racismo com pobreza. “É o caldo da cultura de uma sociedade machista”, diz.
Pelo menos metade dos assassinatos acontecem em ambientes familiares e são cometidos por alguém conhecido. Maridos, companheiros e ex-parceiros são responsáveis por um em cada três assassinatos de mulheres.
Outro dado que chama a atenção é que os crimes contra as mulheres têm caraterísticas diferentes. Enquanto sete de cada 10 homens são assassinados a tiro, a maioria das mulheres no Brasil é vítima de facas, objetos cortantes ou estrangulamento, o que indica, segundo a pesquisa, que não são ações premeditadas, mas crimes de ódio ou passionais.
Entre as capitais, Vitória, Maceió, João Pessoa e Fortaleza aparecem como as mais violentas. Na outra ponta estão Rio de Janeiro e São Paulo.
Entre as capitais, Vitória, Maceió, João Pessoa e Fortaleza aparecem como as mais violentas. Na outra ponta estão Rio de Janeiro e São Paulo.
“O que falta? Falta uma capilaridade das ações de enfrentamento da violência, das políticas públicas, e falta, para mim, uma erradicação completa, radical, da cultura da violência patriarcal e machista no nosso país”, explica Eleonora Menecucci, secretária de Políticas para as Mulheres.
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