No país do churrasquinho de final de semana a Friboi perdeu a grande oportunidade de divulgar seus produtos junto ao público-alvo em que eles são consumidos.
Podia ter mostrado a galera comendo sua carne reunida na laje ou na praia, ao lado de um campinho de futebol ou da piscina, ou até no fumacê da porta de um bar.
O dono da Friboi pode ser muito esperto na hora dos negócios ou de conquistar mulheres bonitonas e famosas, mas provou que não manja nada de publicidade.
Caso contrário não teria aprovado a campanha criada por uma agência com a presença do cantor Roberto Carlos. Até com Zeca Pagodinho ficaria mais autêntico.
Como empresário bem sucedido e casado com uma comunicadora, ele deveria saber que 95% das decisões do público consumidor são influenciadas pelas emoções.
Que a escolha de uma celebridade para uma campanha publicitária não é garantia de sucesso, mas uma decisão que envolve uma alta margem de risco.
SENSAÇÃO DE NOJO
Que, se as pessoas famosas geram alto nível de envolvimento e familiaridade no telespectador, por outro lado também causam desconfiança, raiva, medo, sensação de perigo e até nojo quando não têm credibilidade ou autenticidade para anunciar determinado produto.
Esse tipo de reação negativa pode acontecer também quando uma celebridade muito rica e sofisticada aparece vendendo um cosmético barato, por exemplo.
Foi um verdadeiro tiro no pé. O telespectador não reagiu bem ao ver um ex-vegetariano anunciando um suculento filé. No mínimo, houve baixa taxa de confiança.
Como reconhecimento do fracasso, a campanha teve de ser reestruturada, com Roberto Carlos servindo apenas de trilha sonora para o ator Tony Ramos.
Essas reações do público mediano foram detectadas numa pesquisa inédita, intitulada Emotionology, encomendada pela programadora de televisão Turner.
A empresa é responsável por canais como TNT, Cartoon Network, CNN, Warner e TBS, entre outros. Foram ouvidas 2.700 pessoas em seis países da América Latina (Brasil, Argentina, México, Colômbia, Chile e Venezuela) nos últimos seis meses.
Eu não conheço quem escreveu sobre esse assunto neste blog que encontrei numa pesquisa no Google, mas tenho certeza que o autor não entende muito de marketing ou publicidade e no minimo não pesquisou sobre o tema escrito.
ResponderExcluirOs fatos:
1º) O artista nunca foi vegetariano como afirmado no texto. O cantor apenas não consumiu carne VERMELHA durante alguns anos.
2º) Em 2009, em uma entrevista coletiva, Roberto Carlos foi perguntando sobre sua alimentação e falou aos jornalistas que já pensava até em comer um churrasco.
3º) Do ponto de vista do mercado: a empresa FRIBOI foi sábia. Viu esta entrevista e associou a "volta" do cantor ao mundo da carne à sua marca. (Ponto para à área de criação do frigorifico!).
4º) As pesquisas internas da empresa apontaram faturamento recorde após a veiculação da propaganda (cerca de 20%), além de 80% de aprovação da propaganda entre o seu público alvo (lembre-se: não são os vegetarianos). - Fez tanto sucesso que estamos discutindo ela aqui.
5º) O fato citado nesta matéria sobre a inserção da música do Roberto Carlos na atual propaganda da Friboi, que faz refêrencia ao dias das mães não aconteceu indevidamente, mas É o previsto no contrato. O cantor apareceria na primeira propaganda e emprestaria suas músicas para a Friboi, além de citar a marca em seus shows, que diga-se de passagem estarão em mais de 15 cidades na América Latina no próximo semestre com o patrocinio da marca.
Enfim, o texto apresentado é péssimo e desinformado.
Flávio José