A febre literária “Cinquenta Tons de Cinza”, ficção de E.L. James, finalmente está chegando aos cinemas. Nós fomos ver antes da estreia, que acontece na quinta-feira agora (12/2), e ficamos chocados. Por vários motivos. Pelo bem, pelo mal, pela música e também por causa das safadezas e das cenas de sexo, claro!
No cinema, as aventuras amorosas e sexuais de Anastasia Steele, uma estudante de literatura que se apaixona por um empresário milionário chamado Christian Grey, não chegam a ser tão explícitas quanto no livro. Em vez disso, o longa aposta mesmo é no jogo pesado de sedução, o único grande trunfo da direção da britânica Sam Taylor-Johnson.
O filme é, basicamente, um cabo de guerra entre as duas motivações dos personagens principais: de um lado, Anastasia exigindo por paixão e, na outra extremidade, o Christian Grey só pensando na putaria.
“Cinquenta Tons de Cinza” consegue ser sexy para grandes audiências não saírem da sala de cinema e, durante todo o tempo, toma cuidado para não cair na vulgaridade. Em muitas cenas de sexo, por exemplo, o filme parece driblar o espectador, não mostrando muito ali e aqui, cortando, editando, trazendo closes dos rostos dos atores e usando da eficiente trilha-sonora para dar o clima de excitação.
Quando o filme deixa claro que Anastasia e Christian Grey vivem um romance, Grey a convida para “brincar” na famosa salinha de S&M e a gente é lembrado que esse filme também é, basicamente, sobre as peripércias sexuais da dupla. Não é algo ruim quando isso acontece. Afinal, quando se trata das cenas românticas, o filme fica morno, bobo, inocente e a gente fica toda hora lembrando “hmmmm… é baseado numa fan-fic de Crepúsculo, né?”.
Mas vamos falar das cenas de sexo?
Certa hora, Christian Grey avisa: “não faço amor, eu fodo, e muito forte”. E o filme até que mostra isso muito bem. Os dois transam pra valer, com corpos bem expostos, pegadas violentas e muitos gemidos. Jamie Dornan afirmou que não tem nu frontal no filme, mas… Enfim, vejam com seus próprios olhos!
As cenas de sadomasoquismo são tratadas de forma branda. Em determinado momento, faz uma introdução à cultura S&M de um jeito didático e ao mesmo tempo elegante visualmente. Mesmo assim, tudo fica meio jogado no ar, já que Anastasia passa uma boa parte do filme em dúvida sobre o tal do contrato de submissão que deve assinar para apanhar.
Para quem quer saber da Rita Ora: coitada, tem uma fala. Mal dá para levar em conta.
Para quem quer saber da versão sensual de “Crazy In love”: a música de Beyoncé começa numa das cenas mais intensas do filme! No exato instante que ela começa a tocar, o filme fica quente ao extremo! Toda a trilha é usada para fortalecer as cenas. Ah! O longa começa com Annie Lennox cantando “I Put a Spell On You”.
“Cinquenta Tons de Cinza” não é transgressor ou chocante nas cenas de sexo, mas pode ser novidade para uma audiência jovem que não está acostumada a ver tanta sacanagem em telas gigantes (nós vimos em IMAX! Consegue imaginar a situação?) e deixar envergonhada aquela leitora da terceira idade que adorou ler o livro escondida de todo mundo.
Um ponto fraco é a falta de química entre os personagens principais. Não tem amor, paixão ou algo que encanta na dupla de protagonistas. Quando Anastasia demonstra estar apaixonada, a gente fica sem entender o porquê, já que o personagem de Jamie Dornan não demonstra muito carinho ou recíproca. No final das contas, parece que Anastacia está confusa e que na verdade está pensando só “naquilo”.
E o filme é bem parecido com ela: dá a entender que é sobre paixão e tenta nos convencer que é sobre amor, mas é basicamente uma aventura curiosa sobre sexo. Se você é curioso como Anastasia, vai adorar a experiência.
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