O Rio de Janeiro nunca esteve tão na moda e, em setembro, será lançado o mais que faladoRio, Eu Te Amo, o terceiro filme da franquia Cities of Love (Paris, Je T'aime, 2006, e New York, I Love You, 2009). Nele, dez diretores de diferentes regiões do mundo filmaram pequenas histórias ambientadas em vários pontos da cidade, com atores e diretores nacionais e internacionais. Entre os nomes, Fernanda Montenegro, Rodrigo Santoro, Vincent Cassel, Jason Isaacs, Cláudia Abreu, John Turturro, Emily Mortimer, Marcelo Serrado, Harvey Keitel e Vanessa Paradis.
Apesar de um grupo tão diversificado de diretores, de sete nacionalidades, todos eles têm em comum uma história com a cidade. A coluna fez um apanhado de opiniões sobre a cidade:
Para os cariocas Andrucha Waddington e José Padilha, o Rio é uma cidade de contrastes:
Andrucha: “Há muito ainda a ser feito para conseguirmos um equilíbrio social e termos um Rio melhor. Acho que o carioca tem uma alma receptiva, acolhedora, que não se leva a sério. É hospitaleiro, simpático, debochado. O fato de não se levar a sério é muito interessante. E é uma das cidades mais bonitas do mundo”, diz Andrucha.
Padilha: “O meu amor pelo Rio está implícito nos filmes que produzi, desde ‘Ônibus 174’ e ‘Estamira’ sempre tentei fazer filmes que mostrassem os problemas, não com o objetivo de depreciar a cidade, mas para exercer um espírito crítico que é próprio dos cariocas. Acho que a crítica constante é a única alternativa que temos para pressionar nossos administradores a trabalhar de forma séria e honesta”, completa Zé.
Já Carlos Saldanha, morando há 22 anos fora do país, a conexão com a cidade ainda é muito forte: “No fundo, essa é minha grande história de amor com a cidade: consegui passar o amor pelo Rio de Janeiro para meus filhos, que não são cariocas de nascimento, mas de coração. Quando os vejo no Rio, curtindo e amando do jeito que amo, essa é a uma grande prova do amor que tenho pela cidade”.
Os estrangeiros, conhecendo ou não o país, também deram suas opiniões, no total seis.
Paolo Sorrentino, italiano vencedor do Oscar de Melhor Filme Estrangeiro de 2013: "O Rio é um belíssimo caos. O último local exótico ainda fora do padrão homogeneizado do mundo. Estava curioso para trabalhar num lugar que para mim ainda era exótico e distante”.
O australiano Stephan Elliot é quem tem a relação mais próxima com a cidade, já que foi em solo carioca que conheceu seu marido e, obviamente, levou o romance para o roteiro: “Levei apenas três horas para escrever. Estava tudo na minha cabeça. Nunca tinha escrito nada autobiográfico antes e é muito estranho se expor dessa maneira. Depois de 20 anos ainda estou com essa mesma pessoa. Troquei o personagem do filme de diretor para ator apenas porque achei que poderia brincar mais com a história. Mas todas as emoções pelas quais ele passa são minhas”.
Já o americano John Turturro conhece pouco a cidade, mas confessa gostar muito de música brasileira: “É uma cultura muito específica, conheço muita gente do Brasil, ouço música brasileira, mas se leva um bom tempo para conhecer um lugar de verdade”.
Para o mexicano Guillermo Arriaga, o melhor do Rio é o carioca. “O que torna a cidade especial são seus habitantes. Aqui é cheio de contradições, com bairros como Leblon e Vidigal tão próximos. A paisagem de rostos é absolutamente fascinante".
O coreano Sang-Soo Im, que já visitou o Rio duas vezes, diz se sentir em casa: “Não sei bem o motivo, mas é uma sensação que nunca tive em outras cidades, como Nova York, Toronto, Paris ou Berlim. Foi esse sentimento que me motivou a participar do filme”.
Além dos dez diretores que assinam as histórias, o diretor Vicente Amorim foi o responsável pelas transições do filme, ligando todas elas.
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